O texto elaborado faz
referência à arte fotográfica e diz respeito aos nossos
fotógrafos/colaboradores Robispierre Giuliani,
Renato Thomsen, Rafael Bavaresco e César Roos, que tiveram seu aprendizado
fotográfico na era do filme. Estas experiências foram essenciais para formação
técnica dos retratistas.
photo e grafias
A IMPERFEIÇÃO
“Nada é perfeito, mas a
imperfeição nos incomoda.”
( Danielli
Rodrigues )
No dia a dia, todos os dias,
por toda nossa vida almejamos o que é perfeito. Somos seres imperfeitos
buscando a perfeição.
Contrassenso ou insanidade? Nada disso, é a roda-viva da evolução, do
aprimoramento, abrindo caminhos e passando por cima de tudo.
A perfeição é encontrada em
Deus e em toda sua criação.
E a imperfeição?
Transitando pelas ruas da
cidade ou sentado no banco de uma praça, nossos olhos observam, nosso cérebro identifica.
Pessoas bonitas são aquelas
que possuem traços e formas em perfeita simetria. São estas as mais atraentes.
E a imperfeição, onde fica?
A estonteante Marilyn Monroe
certa vez declarou que a “A imperfeição é bela”
Mas há beleza na imperfeição,
no assimétrico, no defeituoso, no “fora dos padrões”?
Creio que sim. A imperfeição
está em quase tudo, basta prestar atenção, basta abrir os olhos para sua intrínseca
e peculiar beleza.
Ela está nas rugas do avô, no sofá
rústico da varanda, na flor sem pétalas do jardim.
A imperfeição está no rock,
nas distorções de Young, no improviso desenfreado de Hendrix.
A fotografia também contribui
para esta cultura perfeccionista. Enquadramos o que é perfeito, o que é belo, o
que é bem-feito.
Na fotografia o imperfeito
também é posto para escanteio, fica fora da composição.
E o inacabado, o incorreto, o
malfeito, onde ficam?
“Deus tudo fez perfeito; já o
homem, desenvolveu a arte da imperfeição.” (Marivaldo Nunes)
Então podemos apreciá-la sem
moderação.
ABRIGO
Pai,
lá fora pai
Tá
tudo tão esquisito
As
crianças comendo do lixo,
Os
jovens aborrecidos
E
os velhos tão esquecidos
...
Pai,
venha ver
Os
pobres tão excluídos
E
o dinheiro tão exclusivo
Nos
palácios
Os
políticos tão corrompidos
E
nas ruas
O
ódio tão difundido
E
os sonhos pai, tão adormecidos
...
Pai,
olha pai
O
céu azul tá tão bonito
E
o teu amor é sempre tão infinito
Sei
que não estou a perigo
Pois
é aqui na tua casa o meu abrigo
INDIFERENÇA
Tem uma pedra no sapato da sociedade cachoeirense,
a gente disfarça, cala e fingi que não sente...
Eu não sei do teu frio
Se tens nome ou seja lá o que for
Eu não sei da tua sede
Da tua fome ou se sentes dor
Eu não sei do teu lixo
Da tua sorte ou se tens amor
...
Eu não sei da tua existência
Dos teus vícios e dos teus excessos...
Eu só sei da minha indiferença
E do meu sucesso !
a gente disfarça, cala e fingi que não sente...
Eu não sei do teu frio
Se tens nome ou seja lá o que for
Eu não sei da tua sede
Da tua fome ou se sentes dor
Eu não sei do teu lixo
Da tua sorte ou se tens amor
...
Eu não sei da tua existência
Dos teus vícios e dos teus excessos...
Eu só sei da minha indiferença
E do meu sucesso !
VELOZES E FURIOSOS
VELOZES E FURIOSOS
(a fotografia dos dias instantâneos)
...
O sol já nasce com pressa
Parece estar atrasado
Os ponteiros sempre adiantados
Parecem estar apressados...
...
Despertadores despertam trabalhadores
Trabalhadores despertam suas dores
Passo-a-passo / corre-corre / dia-a-dia
Caminhamos contra o tempo
...
Time is Money – Tempo é Dinheiro
O dinheiro nos escraviza
O consumo nos consome
Corremos tanto para chegarmos a lugar nenhum
...
Impacientes, suplicamos ao tempo um tempo
Pandorgas ao vento, amores ao relento
Gira o mundo, giramos nós, giram os sóis
Inventamos o passatempo
...
Passa o tempo de brincar, de sorrir, de dançar
Playgrounds – coca-cola e rola a bola
Pay per view – é pagar pra ver
O Show é bu$iness
...
It's Now Or Never - É agora ou nunca
...
Quem vai consertar o relógio do planeta?
Quem vai sentar a beira do caminho
Para contemplar o sol se pôr
E fazerem os seus filhos nascerem do amor...
T E S T A M E N T O
Do paraíso eu te deixei...
Uma árvore plantada no jardim
Um cãozinho atado no quintal
Uma camiseta colorada no varal
A alegria de infância
A inocência de criança
Uns versos escritos sem rimar
O primeiro sorriso da manhã
A oração do renascer...
A última lágrima do anoitecer...
Filho, do paraíso eu te deixei.
E X C L U Í D O (S)
Eu! O que sou?
Sou ser humano sem ser humano
Sou meio bicho, meio lixo...
... reciclável, descartável !
Eu sou o que?
Sou periférico, sou genérico
meio verdade...meio mentira...
Não sou verbo nem adjetivo
Sou substantivo, masculino e singular
Sou o desafino,o desatino
O imperfeito,o equívoco,
O desalmado...
Mãos ao alto! Eu sou o assalto.
QUEM SÃO ELES?
No mundo globalizado e capitalizado ELES erguem suas torres financeiras e idolatram um deus chamado Dinheiro.
No mundo de “quem são eles” o amor foi reinventado.
Agora é ejaculado, pago e descartado.
A felicidade esta à venda em qualquer prateleira de supermercado.
Vem embalada, retornável e reciclada.
Tudo pago no cartão igual às propagandas da televisão.
Em “quem são eles”o cérebro é eletrônico conectado a internet banda larga.
O prazer é estar ligado a cabo a tudo que eles têm pra oferecer.
O sangue é de petróleo refinado e o coração um motor V8 importado.
O pulso ainda pulsa ao toque do celular mais moderno do mundo.
O ar é condicionado para respirar. É somente selecionar e usar...
Quem são ELES?
ELES não chutam a goool
ELES não surfam na praia
ELES não constroem castelos na areia
ELES não contam estrelas no céu
ELES usam BLACK TIE
ELES não dizem AMÉM !
anjos sem asas
anjos sem asas
guerreiros com armas
E a liberdade?
um salto no abismo
um sobrevoo no infinito
E a gravidade?
(tudo é relativo)
a fotografia
Quando a luz invade a escuridão
uma nova composição se faz...
expressa – impressa – sem pressa
Nasce você, feito poesia:
a mais bela fotografia !
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